sexta-feira, 5 de junho de 2009

    "My Story" - Capítulo III

    Até que enfim terminei mais um capítulo. Sem mais demoras, está aí:

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    MY STORY - CAPÍTULO III

    Mal havia caído em um sono profundo, quando seus pensamentos se condensaram em estranhas imagens. Era como se estivesse tendo um sonho. Um sonho que não fazia sentido nenhum.

    Como se tivesse sido agarrado e puxado de onde estava, Kay sentiu um aperto no peito e só quando abriu os olhos, percebeu que havia areia por todos os lados, abaixo de seus pés.

    -Ham?... Um deserto?... O que está acontecendo?...

    Para ele, aquilo não era um sonho. Não podia ser. Era muito real para ser um simples sonho. Ele se abaixou e passou a mão na areia. Deixando um punhado dela vazar por entre seus dedos, entrou em pânico. Não entendia o que estava acontecendo. Lembrava-se de que dormiu na casa de um novo amigo, Leyonell, e que este o havia salvado de uma morte certa. Mas não compreendia o motivo de ter acordado ali, bem no meio de um deserto.

    -Kay Drägus, humm?... - disse uma voz, ou melhor, o que parecia ser o eco de uma voz.

    Kay olhou para todos os lados à procura da pessoa que o chamava, mas não viu ninguém.

    -Devo admitir: não é qualquer um que consegue usar a pedra vermelha apenas algumas horas depois de ter o primeiro contato com ela. - continuou aquela voz sinistra - Ainda mais da maneira como a usou.

    Kay continuava sem entender direito a situação e também ainda não sabia de onde vinha a voz.

    -Quantos durogs eram mesmo? Cinqüenta? Cem? Duzentos?... Não... Eram mais, certo Kay?

    -Tudo bem... - disse Kay, já começando a ficar irritado e com medo - Quem é e onde está você? E como sabe meu nome? E o que é essa maldita pedra? E o que é isso, essa situação, é um sonho? Onde estou? E p...

    -Acalme-se, meu jovem. Você faz muitas perguntas, mas vou respondê-las. - Interrompeu a misteriosa voz - Eu não sou ninguém. Sei o seu nome porque eu sei. Quanto às pedras, você descobrirá em breve o que são. E você não está sonhando, se quer mesmo saber.

    Pelo tom daquela voz, parecia que estava apenas brincando com Kay, meio que zombando dele. Kay já começava a ficar com raiva.

    -Droga! Eu estou confuso e você não respondeu as minhas perguntas! Eu ainda não sei quem é você e o que eu estou fazendo aqui, se isso não é mesmo um sonho.

    -Isso não é um sonho. Nem é uma visão ou uma ilusão. Tudo o que está vendo, é real... Eu apenas o trouxe aqui para um teste.

    -Do que você está falando? - perguntou Kay, agora mais confuso do que antes - Que teste? Tudo isso tem alguma coisa à ver com as pedras? Com o medalhão?

    -Digamos que sim. O que eu posso dizer, é que você por algum motivo, ou melhor, pelo seu destino, adquiriu esse objeto que agora está pendurado em seu pescoço, sobre o seu peito. - deu uma pausa, enquanto deixou escapar um uma pequena gargalhada de deboche - O máximo que Hesppar fazia, era acender fogueiras usando a pedra. Tolo!

    -O que sabe sobre meu pai? Não o chame de tolo!

    -Era um tolo sim. Nunca aprendeu a manusear a alma da pedra que ele mesmo encontrou.

    Kay agora estava pensativo. Ele já tinha compreendido o que havia acontecido no último dia da guerra, quando ele mesmo, de alguma maneira, usou o medalhão que recebeu de seu pai e destruiu centenas de inimigos. Também já tinha pensado no porquê de seu pai não ter usado aquele poder antes, embora não tenha encontrado respostas.

    -Meu pai sabia o que a pedra podia fazer? E como ele a encontrou?

    -Hesppar encontrou a pedra vermelha em Magma, a terra dos vulcões, dezenas de horizontes ao Sul de Salugörn. Ele a encontrou porque foi guiado pelo próprio medalhão. Antes disso, já havia uma pedra no medalhão de prata, a azul, ela foi encontrada por Hennan, pai de seu pai. Assim, como você, Hesppar não fazia idéia do que era esse objeto, quando o recebeu de seu pai, também já à beira da morte. E eu conversei com ele várias vezes, assim como estou fazendo com você.

    Antes que Kay pudesse dizer qualquer coisa, a voz continuou:

    -Sim, se é o que você quer saber. O medalhão sempre foi mantido em segredo, e também foi passado de geração em geração, desde muito tempo, quando as primeiras guerras do Leste começaram. E digo mais: dentre todos os homens que já possuíram esse medalhão, você, Kay Drägus, é o que possui mais potencial, se é que eu posso dizer dessa forma.

    -Potencial para que? - perguntou Kay, agora mais interessado do que nunca no tal medalhão.

    -Potencial para cumprir o seu destino.

    -E qual é o meu destino? Eu não sei o que devo fazer!

    Mais uma pequena gargalhada ecoou no deserto, e uma última frase foi dita:

    -Oh, sim!... Havia quase me esquecido: ...Que comece o seu teste!

    A voz desapareceu junto com o vento, que arrastava consigo as claras areias daquele deserto. Kay ainda tinha muitas dúvidas. Não sabia se aquele deserto era mesmo real. E nem como voltaria para casa de Ley.

    -Teste?...

    E também não fazia idéia de qual era o seu destino.

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