segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

    Segunda puberdade

    Texto por @IsisSCR , do blog Um Pequeno Vírus

    Eu me dei o direito de tirar umas "férias de verão" aqui no blog, embora todos saibam que estou online quase todo dia. Nesse tempo, andei pensando sobre coisas para postar e decidi simplesmente fazer como eu sempre fiz nos meus textos daqui: ser honesta em relação à minha vida.

    E, no momento, serei honesta em relação à minha vida com dezoito anos e oito meses.

    Ser maior de idade não é todo esse sonho que as pessoas pensam antes do último dia de dezessete anos. Ok, você pode votar, dirigir, beber, ter um emprego, fazer uma tatuagem, um piercing ou um cartão de crédito... e se sair da linha, pode ir pra trás das grades. Você ganha um pouco (quase nada) de permissões... Mas fora isso, é só uma idade como qualquer outra.

    A vida toda, acreditamos que, ao fazer dezoito anos, a vida será incrível, sem fronteiras, louca e livre. Faremos faculdade, arranjaremos um emprego super incrível e viveremos todos fazendo festas em iates feito o Eike Batista... Mas chega o dia do seu décimo oitavo aniversário e... nada muda. Nada de faculdade, nada de emprego, e - o que é ainda mais decepcionante - nada de festas de iate... Que lástima.

    CORRIGINDO: Nada muda em relação a tratamento familiar, apenas. As pessoas de fora começam a te olhar como se você tivesse responsabilidades de provedor da família, perguntam se você trabalha, se quer fazer uma faculdade LUCRATIVA, como Engenharia, Direito, Administração... Ninguém se importa com os maiores de idade sonhadores, que querem suar a camisa e viver dos seus sonhos, sejam eles teatro, dança, música ou artes plásticas; e isso pode ser bem frustrante.

    Além disso, tudo o que você afirma durante a sua vida toda parece cada vez mais confuso. Tudo começa a se embaralhar: valores familiares, doutrinas religiosas e até suas convicções - outrora- incorruptíveis de 'quem eu sou e o que eu gosto', e ninguém parece entender o que está se passando, afinal, adultos têm que fingir ser seguros de todas as suas opções de vida, não importa se o mundo estiver caindo ao redor.

    Em suma, dezoito anos são como a segunda puberdade na vida das pessoas. Então, se existem dúvidas, que elas sejam respondidas; se existem imposições, que elas sejam burladas; se existe um mundo inteiro de coisas para descobrir, façamos isso. A vida é uma só.

    (e se alguém ficar sabendo de alguma festinha de iate, tô aceitando, viu?)

    2 Comentários:

    Miss Murder disse...

    É mesmo a vida é só uma, embora eu já tenha passado essa segunda puberdade também. Estou velha.

    Gessy disse...

    Estou no auge dessa segunda puberdade!
    A única questão que vi grande diferença quando completei 18 anos foi sobre "se sair da linha, pode ir pra trás das grades". Se bem que no Brasil isso é relativo, mas como eu sou pobre essa relatividade cai bastante, passando a ser bem mais real, não que eu vá cometer um crime, porque... HAHAHAHA!

    Algumas partes desse texto lembrou-me a música "Como nossos pais nos aguentam", de Pedra Letícia. ^^