segunda-feira, 19 de abril de 2010

    Num futuro não tão distante... (espero!)

    Me pergunto: "Será que tudo isso valeu a pena?"

    Me respondo: "Sim, John. Valeu cada momento."

    E em pensar que há cinco dias eu estava em casa, entediado... Até que resolvi fazer algo, ao invés de apenas planejar ou acrescentar detalhes à minha fuga desesperada.

    Peguei a mochila, a mesma que usei durante os dois últimos anos letivos, e a enchi com roupas o suficiente para trocar durante uma semana. O que não coube na mochila, coloquei na bolsa lateral da capa do meu violão. É óbvio que eu não sairia de casa sem levar meu melhor amigo. Não me preocupei com comida. Apenas com roupas e dinheiro. Dinheiro este, que era o resultado das economias de quase um semestre...

    Não tive trabalho para sair de casa. A desculpa de passar as férias de julho na casa de um colega colou e minha mãe, depois de eu insistir muito, me deixou passar uma semana na cidade vizinha. Acertei os últimos detalhes com meu amigo: "Se minha mãe ligar pra sua casa, inventa alguma coisa. Fala que eu estou tomando banho, ou que saí pra dar uma volta..." Se ela ligasse pra mim, eu daria um jeito. Inventaria alguma desculpa na mesa hora. Mas evitei ao máximo ter conversas por telefone com algum parente, durante os dias que vieram a seguir.

    Mas se alguém descobrisse, não teria tanta importância assim. Já estaria feito. Não teria como voltar atrás. E nem iria querer voltar!

    Agradeci meu amigo e entrei no carro. Uma hora depois, eu já estava na rodoviária. Não demorou até que o ônibus chegou e eu me acomodei no fundo, com minha bolsa e meu violão. Já estava quase anoitecendo e a viajem apenas começando. Dormi sem me preocupar em perder o ponto. Acordei algumas vezes durante a noite, por causa da estrada esburacada em alguns lugares. Acordei cedo e não peguei no sono mais, por causa da claridade e do barulho de carros.

    Houve duas paradas durante o dia, para a troca de motoristas e nesses momentos, aproveitei para sair e me esticar um pouco. Comprei alguma coisa pra comer num posto de gasolina.

    Depois de 18 horas sentado, chego ao meu primeiro destino. A viajem não foi tão desagradável quanto eu imaginei, porém muito mais cansativa do que eu esperava. O sol estava à pino e eu me lembrei que quanto mais pro norte eu fosse, mais calor eu passaria... E mais perto de meu destino final estaria...

    Mas isso tudo são apenas palavras! Os nove parágrafos acima narram um dia pelo qual eu nunca passei. Esse é o início de uma viajem que eu nunca fiz, e que apenas passou da minha cabeça pra uma folha de papel.

    Do papel está passando pro Blog, em um post que talvez só uma pessoa saiba o sentido verdadeiro...

    E quero que passe daqui pra Realidade, se você quiser saber... =/

    4 Comentários:

    Eduardo Rolim disse...

    Não diga que você não passou, pois você viveu o momento tão intensamente como viveria um momento concreto.

    E qual a diferença entre a realidade do concreto e a realidade que se assoma em nossas mentes é só uma questão de perspectiva ...

    Os nossos pensamentos lutam para sair, e a realidade luta para entrar. E nesse meio de campo, estamos nós tentando decidir o que fazer com tudo isso!

    P.S.: Hehe, isso vai virar um Buzz!

    Miss Murder disse...

    Olha que viajar sózinho pode ser uma aventura não tão agradavél quanto pensas. eu sei disso...

    beijinhos

    jonatasbermudes disse...

    É. Eu sei, Miss Murder... Isso é apenas a minha imaginação.

    Como seriam as coisas se eu saísse de casa dessa maneira, eu não faço idéia... :p

    ♪ Sil disse...

    Uma história que muitas pessoas tiveram a vontade de fazer.
    Um lado dizendo que sim, outro que não. E a gente no meio disso tudo. Como seria se tivesse acontecido?
    rs, um abraço!